quarta-feira, 24 de junho de 2020

5 dicas pra quem vai morar em outro país

5 dicas pra quem vai morar em outro país



Morar longe da família e amigos, em um contexto que quase sempre é bem diferente do qual fomos criados, pode ser uma experiência um pouco sofrida, principalmente se não foi algo planejado ou você não teve tempo de se preparar. 

Esse ano eu completei 5 anos morando na Arábia, acredito que minha transição foi bem tranquila, então acho que posso dar essas 5 dicar de como fazer uma mudança consciente e mais suave.

  1. Pesquise sobre o Lugar

A não ser que você seja muito aventureiro e goste de surpresas, eu não aconselharia a se mudar para um lugar de onde você não sabe nada e não tem a menor ideia de como é. Um mínimo de pesquisa e preparo é necessário e talvez por isso você está aqui no meu blog 😊. 
Procure ler, ver vídeos e principalmente ver relatos e experiências de quem mora lá. 
E deve ver as experiências boas e ruins com a mesma atenção. Querer muito ir para um lugar e ignorar as possíveis dificuldades que vai enfrentar é tão nocivo quanto focar somente na parte ruim dessa jornada.
Ouça os dois lados mas saiba que a sua experiência vai ser única. Use as partes positivas como incentivo e crie um plano B para as possíveis dificuldades. 
Tente falar com pessoas que moram no lugar mas também não espere que elas resolvam a sua vida. O Facebook é uma das ferramentas mais fáceis de encontrar grupos de pessoas em qualquer lugar do mundo.

  1. Aprenda a língua local

Essa dica é a mais óbvia, mas por incrível que pareça o número de pessoas que não sabem a língua local é enorme. Aqui na Arábia nós nos comunicamos em inglês, e praticamente não usamos o árabe no dia a dia da vida expatriada. 
Isso não me atrapalha, porém se eu soubesse o árabe, poderia ter outras experiências e oportunidades que no momento estão limitadas. Árabe não é fácil, então eu acho interessante, caso você queira aprender, a fazer isso logo que chegar aqui. Pois quanto mais o tempo passa, mais preguiça da de aprender, porque a gente fica confortável apenas no inglês.
Falando em inglês, aprenda inglês também. No mínimo. Aprender uma língua exige esforço e dedicação. Eu sei porque to travando uma batalha interna pra aprender italiano e acompanhar meu marido. Mas inglês é aquele xarope amargo que a gente precisa tomar mesmo fazendo careta. 
Porque não tem coisa mais chata do que precisar de alguém traduzindo tudo. 

  1. Prepare o seu psicológico 

Eu e meu marido nos preparamos bem para essa mudança. Posso dizer que nossa transição foi bem suave, apesar do tanto de coisa diferente, e pra mim como mulher, o tanto de limitações aqui no país quando eu cheguei. 
Essa acho que é a dica mais importante de todas. Prepare a sua mente pra uma mudança dessas. Tenha estratégias de como ressignificar sentimentos. Tenha clareza de que você vai estar longe e nem sempre é tão simples de pegar um avião quando a saudade apertar. 
Saiba que você vai ter alguns poucos dias de euforia e alegria, que você vai se sentir super bem, alguns outros pares de dias em que a ansiedade e dúvida vão bater. E a maior parte do seu tempo vai ser de dias mornos. Sem nada excitante acontecendo. Quando o clima de novidade vai se acalmando e a normalidade aparece, até costumes absurdos do novo país passam a ser normais.
É importante se conhecer, interpretar suas emoções, mas nem todo mundo tem essa habilidade desenvolvida. Então eu acho super válido procurar ajuda profissional se for necessário, como um guia para uma transição confortável. 
Também, meu conselho para os casais é que tenham uma conversa bem sincera e madura antes de mudar. Num primeiro momento o casal só tem um ao outro e pode acontecer de um dos dois precisar muito mais do apoio emocional que o outro. E se isso não for bem conversado, pode ser fatal pro relacionamento.
É preciso também cuidar para que a dificuldade de adaptação de um não torne a experiência dois dois negativa.
É fácil falar que você precisa ser positivo, mas na prática não é tão fácil. Então ter alguém com quem conversar, ou até escrever seus sentimentos pode ajudar bastante na mudança.

  1. Tenha um plano

Quando eu vim pra cá eu tinha um plano. Eu queria voltar a estudar e mudar de carreira. Eu não sabia como faria isso, eu pesquisei antes de vir mas não tinha bem certo como faria. 
Mas ao menos eu tinha um norte ao qual me agarrar. 
Tenha um plano sobre o que você vai fazer, como vai se aprimorar. 
Agora, depois de 5 anos, eu ja alcancei alguns dos planos que eu tinha, como mudar de profissão, outros ainda estou me desenvolvendo, como o blog e o YouTube.
Então tenha um plano pra fazer valer os anos que você passar morando fora. Pense em qual bagagem você gostaria de levar daquele país quando for embora. Se está vindo acompanhar a família e não vai trabalhar, tenha um plano de algo que gostaria de desenvolver, aproveite o momento. 
Porém, não se sobrecarregue de planos, muitas expectativas em cima de si mesmo podem ser mais fonte de ansiedade do que de sucesso. Mas tenha pelo menos alguma intenção quanto à sua mudança. Seja conhecer 100 países ou guardar 100 mil. Qualquer coisa que faça sentido pra você.

  1. Seja pé no chão com suas finanças

Muitas pessoas são atraídas pelo Oriente Médio por conta dos altos salários e a vida luxuosa que a gente vê pela internet. Mas isso não é regra. 
De fato o salário compensa, afinal, com tanto lugar mais fácil de morar no mundo, o oriente precisa atrair de alguma forma. E pra algumas pessoas esse salto nas finanças faz o olho brilhar. 
No Brasil você estava em um patamar e quando chega aqui, começa a ter acesso a produtos e a um estilo de vida que antes era impraticável. 
É preciso ter cuidado com o deslumbre. Mas eu não aconselho uma vida espartana num lugar como aqui, que oferece poucas válvulas de escape saudáveis. É super possível viver bem, aproveitar essa oportunidade de viajar, se dar alguns presentinhos eventualmente, mas é sempre bom ter o pé no chão e ser organizado.
Tem inúmeras histórias de expatriados que acabam gastando tudo o que ganham aqui sem considerar que essa estadia é temporária. Vai ter um momento que vai ser preciso deixar o país. E passar tantos anos longe e com tantas limitações para sair com os bolsos vazios não faz sentido. 

Espero ter ajudado e passado um pouquinho da minha experiência aqui pra você. 

Um abraço e até a próxima.







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