sexta-feira, 9 de junho de 2017

E chegou o Ramadan!

AVISO: texto meramente informativo. A intenção deste texto é somente informar sobre o assunto. Minha opinião pessoal não vai ser usada dessa vez. 

Chegou o mês do Ramadan.

As noites viram dias e os dias viram noites... pra maioria. Isso porque nesse mês o povo todo faz jejum enquanto o sol brilhar no céu.
Isto é, do nascer ao por do sol os muçulmanos não podem comer, beber, fumar, nem fazer coisas pecaminosas. 😏 Também não devem ouvir música alta nem falar mal dos outros.

Em virtude disso, esse mês vou fazer alguns posts especiais sobre o assunto.
Curiosidades, o que é o Ramadan e como isso afeta a vida de um expatriado. Costumes e horários, etc.

Pra começar, nesse post vou falar sobre o que é o Ramadan, ou Ramadão (hahaha) em português.

O Ramadan é o nono mês do calendário islâmico. Por aqui o calendário segue a lua e não o sol, como o nosso. Um ano no calendário islâmico tem 11 dias a menos que o calendário gregoriano, estamos no ano 1438 😯. Isso significa que a cada ano o Ramadan começa alguns dias antes que no ano anterior.
E o início do mês é marcado pela aparição da lua nova.
Em alguns lugares pessoas são encarregadas de vigiar a lua, quando o primeiro sinal da lua aparece no céu, no último entardecer do oitavo mês, é declarado o início do Ramadan.

Eles acreditam que foi nesse mês que o Corão, o livro sagrado do islamismo foi revelado. Portanto, além do jejum, o mês é comemorado com festas e muitos enfeites pela cidade. Algo que talvez nos lembre o Natal no sentido decorativo (essa é a época das luzinhas pisca pisca por aqui).


Durante todos os dias desse mês, os muçulmanos jejuam de comida e bebida desde o nascer até o pôr do sol. Dessa forma eles crêem que podem vivenciar o que as pessoas necessitadas passam e terem mais compaixão para a caridade. Também jejuam para purificar a mente e trabalhar o auto controle e disciplina. O jejum vai mais além, teoricamente devem se abster de pensamentos negativos e de relações sexuais, mantendo o foco nas orações.

Algumas exceções ao jejum são: crianças, doentes, gravidas, mulheres no período menstrual, idosos, pessoas em viagens, ou qualquer outro motivo em que o jejum não seja indicado pelo médico.
Casos como viajantes e o período menstrual, o jejum deve ser feito posteriormente, assim que possível e antes do próximo Ramadã.

Resumidamente, a rotina muda completamente. Muitos optam por trabalhar no período da noite e dormir durante o dia, os horários de lojas e mercados mudam, os horários e o tipo da refeição também mudam.
Falarei mais sobre isso nos próximos posts.

Recentemente viajei para a capital e fiquei em um hotel. Fui fazer um curso que foi ministrado das 9 da noite até a 1 da manhã. Chegando no hotel, o recepcionista me deu duas opções: ou comer o "su-hoor" que estava sendo servido da 1 às 2:30 da manhã, ou pedir café da manhã no quarto.

Nós que não somos muçulmanos, obviamente não precisamos jejuar, porém aqui na Arábia Saudita, temos que seguir o andar da carruagem e não podemos comer ou beber em público durante o período do jejum.
Por isso meu café da manhã seria servido no quarto.

O "su-hoor" é uma refeição que eles fazem antes do sol nascer, lá de madrugada. Depois disso vão dormir, passar o dia e só vão comer novamente quando o sol se pôr (nessa época às 6:30 da tarde).

Quando o sol se põe eles comem o "iftar", que significa algo como a quebra do jejum. Essa comida precisa ser leve, pois estão a um bom tempo sem comer. Tâmaras, água e iogurte são os preferidos.

Mais tarde servem um jantar com tudo que tem direito. As comidas daqui são deliciosas.

Não é incomum, mesmo não sendo muçulmano, ser convidado para participar de algum iftar e festejar com eles.

Nesse post aqui, contei sobre quando fomos convidados por uma família que conhecemos na rua, para participar de um banquete em 2015.

Meu segundo iftar - parte 1

Meu segundo iftar - parte 2


Bom, tem muita coisa ainda pra contar sobre esse mês, mas pra não deixar o texto cansativo vou parar por aqui.


Até o próximo!




5 comentários:

  1. Olá Gabriela, tem 6 meses que eu e meu marido mudamos para o Cairo, no Egito. Muitas coisas que vc descreveu noa posts que li são parecidas aqui. Obviamente aí as coisas são mais radicais. Em geral até adaptamos bem mas as coisas "ruins" aqui sempre serão ruins kkkk, a gente acostuma um pouco mas nunca vamos achar normal.

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  2. Fiquei com uma dúvida: o instagram é permitido?
    Aqui sim (graças a deus) rs

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    1. Oi! Sim, instagram, snapchat não são bloqueados não e eles adoram! A juventude usa muito por aqui.
      A unica coisa que temos um pouco de dificuldade é com ligações de vídeo tipo skype e alguns sites são bloqueados, mas nada que me atrapalhe no dia a dia

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  3. Ola Gabriela, meu marido está num processo de seleção e talvez o lugar pra nós irmos será Arábia saudita, na capital mesmo. Estou com alguns questionamentos principalmente em relação ao custo de vida. Temos um filho em idade escolar e fiquei preocupada porque vou ficar sem meu salário enquanto estivermos por aí.

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    1. Oi Bethyzabel,
      Geralmente (e espero que seja o caso) o salário do seu marido vai ser maior que o que você e ele ganhavam juntos no Brasil. E isso é uma das vantagens que a gente tem de escolher esse lugar pra morar e trabalhar.
      Quanto ao seu filho, existem muitas escolas internacionais, e geralmente as empresas pagam a escola dos dependentes. Pra ele vai ser ótimo, pois vai aprender muito inglês. Conheço várias situações, de crianças que foram alfabetizadas em inglês quanto de adolescentes que vieram fazer o ensino médio aqui e tiveram que se virar, e eles aprendem rapidinho.
      O custo de vida eu considero um pouco alto, mas dependendo do que. Os aluguéis são bem mais caros que no Brasil, mas geralmente a empresa que paga, mercado é caro, principalmente para frutas, verduras e alimentos frescos. Você vai tomar um susto quando chegar. Mas depois acostuma.

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